Novo caminho para tratar diabetes tipo 2: 'Perda de peso é desfecho fundamental', diz

Estudo feito com diabéticos mostra como a perda de peso deve ser priorizada no controle da doença crônica, principalmente em pacientes obesos.

Um estudo científico aponta para uma nova abordagem para o tratamento do diabetes tipo 2: priorização da perda de peso.

No Brasil, cerca de 16 milhões de brasileiros sofrem de doenças crônicas - 90% dos quais têm. O estudo, publicado na revista The Lancet, uma das publicações de maior prestígio na área médica, teve a coautoria de Renato Cohen, médico brasileiro do Hospital Osvaldo Cruz, em São Paulo, Alemanha. Até então, a primeira prioridade no controle do diabetes tipo 2 é controlar o açúcar no sangue, explicaram os pesquisadores.

No entanto, o estudo mostrou os benefícios de ter a perda de peso como foco principal do tratamento. Estudos mostraram que pessoas obesas com diabetes tipo 2 precisam perder pelo menos 10% do peso corporal para controlar o açúcar no sangue e evitar complicações da doença. Os médicos apontam que 80% a 90% dos casos de diabetes tipo 2 estão relacionados à obesidade.

O médico destaca que, entre 80% e 90% dos quadros de diabetes tipo 2 estão associados à obesidade.

A perda de mais dos que 15% do peso, indica o estudo, ajuda significativamente na prevenção de complicações cardíacas e renais, como derrames, infartos e insuficiência renal.

"Tratar a obesidade não é o futuro, é o presente para o tratamento do diabetes", afirma o autor do estudo.

Novas diretrizes para o manejo do diabetes tipo 2 são agora oficialmente recomendadas pelas Associações de Diabetes da América do Norte, Europa e Austrália.

No Brasil, espera-se que as novas diretrizes sejam formalmente adotadas ainda este ano.

No entanto, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) disse que não há necessidade de esperar por um anúncio oficial. Médicos e pacientes deveriam ter começado a receber o novo tratamento recomendado. O endocrinologista André Vianna coordena o Ministério da Educação da SBD e é responsável pela região do Paraná da entidade. Ele explicou que o conhecimento científico é suficiente para mudar a forma como o tratamento é visto.